"A escola iniciou-se há cerca de 1 mês.
Vindos de tempo de férias carregam na mochila as
experiências que tiveram no verão.
Passado um mês tornam-se, calmamente, evidentes as
necessidades de cada um, os interesses, as dificuldades, mas mais do que isso,
as curiosidades.
Este conhecimento prévio, esta observação inicial, torna-se
de tal forma rica somente pelas observações, que tende a incluir todas
as áreas de conteúdo e, não apenas, as áreas socialmente mais valorizadas:
português, matemática. Esta observação torna-se de tal forma importante, que
apoia a brincadeira e tudo o que dela parte. Aliás, observa-se durante o
processo do brincar, sem a necessidade de preencher documentos padronizados,
onde de acordo com o "diz que disse", importante é ter evidências,
mesmo não sendo adequadas ao grupo, mesmo não sendo elas reflexo da
aprendizagem e do conhecimento que fazem e/ou trazem de casa. Perante isto
bastaria, no fim, aplicar uma quantificação de nota, para que, se conhecesse o
nível quantitativo das crianças.
Imaginam, quão fácil seria se assim o fosse? As planificações
surgiriam por níveis, os grupos definidos por grupos de trabalho com o mesmo
nível, aprendizagens "mais eficazes" e tudo correria melhor.
Ao longo de cada dia é evidente o esforço que vai sendo
feito para conseguirem ultrapassar os objetivos a que se propõe. É interessante
verificar a capacidade que vão tendo para se envolver no que desenvolvem, mas
mais evidente é, verificar a dificuldade do adulto dar resposta a todos estes
pedidos de atenção. É evidente a individualidade de cada um, e assim constroem
a noção de grupo, cheios de diferenças, de individualidade, de características
peculiares. Mas, a observação, a observação inicial será a mesma. Mesmo sabendo
que não representa o estado real das crianças, mesmo sabendo que. no meio de
tantas folhas se perde o mais importante, as experiências que não se registam
em papel, mas que foram vividas de forma intensa e empenhada no contexto
familiar ou até mesmo em contexto escolar.
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